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Os Sete Pecados Capitais da Paquera

Esequias Caetano – CRP 04/34023
Especialista em Terapia Analítico-Comportamental
Chega uma época, na vida do adolescente e do jovem adulto em que quase todos os amigos estão namorando, e ele, segurando vela. Nesta mesma época, quase como se fosse de propósito, a família começa a perguntar por namoro, paquera e sexo. Aliás, sexo também se torna assunto frequente nas rodas de conversa na escola ou faculdade. Sem histórias para contar, o adolescente ou jovem sente-se apavorado, constrangido e inferior. Alguns chegam a quase desistir de sair de casa e passam a ficar o dia todo em frente a TV ou Computador. Outros, mesmo quando saem, acabam cometendo algumas atitudes que frequentemente colocam tudo a perder na paquera, ou pelo menos, reduzem significativamente as chances de sucesso.

Imagem/Reprodução: Google.

Apresento, neste texto, uma lista com sete destas atitudes. As chamei de “Pecado” não no sentido religioso, mas sim, no sentido de que prejudicam o desempenho social. São “Capitais” porque representam vícios, difíceis de serem abandonados, até porque funcionam em algumas situações, ainda que reduzam as chances de sucesso. Elas não devem ser lidas como um guia sobre o certo e errado, mas como uma oportunidade de refletir sobre o próprio comportamento.

1) Desrespeitar o direito do outro dizer “não”

Por mais que você tenha certeza de que é bom ou boa o bastante para a outra pessoa, ela tem o direito de não querer se envolver. Esse direito precisa ser respeitado. É importante frisar, ainda, que o “fora” pode não estar associado a qualquer característica sua. Pode ser, tão somente, a manifestação de um desejo pessoal de permanecer só. Esse desejo é comum quando se quer curtir os amigos, após o término de um outro relacionamento ou quando o objetivo é investir na carreira.

2) Abordar com perguntas clichês 

Ainda que seja difícil definir o que é ou não clichê, na prática, vale a pena investir na criatividade. Isso significa evitar frases usadas por quase todo mundo, como “Oi, posso te conhecer?”, “Você é lindo(a), posso te beijar?”. A melhor forma de elaborar uma abordagem é olhar para o contexto. O que está acontecendo no local, naquele momento? O que a pessoa está fazendo? Ela está conversando com alguém sobre algo que você conheça? O que ela está vestindo? Após responder para si próprio estas perguntas, questione-se também o que você pode falar a respeito. A conversa irá começar de forma mais leve e natural e você terá mais chances para deixar a outra pessoa mais confortável a seu lado, fazê-la sorrir e despertar interesse.

3) Usar elogios prontos 

Pessoas bonitas estão cansadas de receberem sempre os mesmos elogios. Se você deseja elogiar, procure algo específico na pessoa que realmente te chame a atenção. Fuja do “você é lindo(a)”, “você é um gato(a)”, ‘você é gostoso(a)”. O cabelo, os olhos ou a forma de olhar, a boca, a forma do rosto, a pele, a forma de falar, a forma de sorrir, as covinhas na bochecha… o que te chama a atenção? O que é único naquela pessoa? Diga, em primeira pessoa, sua opinião sobre aquilo: “adoro como suas bochechas ficam rosadas quando sorri”. Pode parecer difícil no início, mas é só praticar.

4)  Buscar pela frase ideal 

A maioria dos iniciantes acredita na existência de frases perfeitas, capazes de fazer o outro morrer de amores. Ledo engano. Ao insistirem nesta ideia eles acabam perdendo várias oportunidades e aumentando bastante a própria ansiedade. Paquerar tem muito mais a ver com ser capaz de deixar o outro à vontade, sentindo-se bem a seu lado. Isso envolve cuidar-se bem (vestir-se adequadamente, usar um bom perfume, não ter mau hálito, cuidar do corpo, etc.), saber ouvir (demonstrar interesse e atenção, comentar o que o outro fala, preocupar-se menos em falar de si), saber elogiar (de forma original, como discutido acima) e demonstrar bom humor (sorrir do que acontece, mesmo dos problemas).

5) Tentar impressionar a todo custo

Principalmente os homens – mas também as mulheres – tem o hábito de contar vantagens nas paqueras. Falam sobre coisas que não tem e coisas que não fizeram, dão ênfase exagerada a seus feitos (supostamente heróicos), ou, ainda, desqualificam aquilo que ouvem do outro. Crente de que está  causando uma excelente impressão, quem faz isso acaba se tornando uma pessoa chata e que transparece arrogância. Fale sobre suas viagens apenas quando o assunto for viagens. Fale de sua habilidade com guitarra se o assunto for música. Conte sobre o quanto é bom em seu trabalho se o assunto for mérito e conquista de resultados. Evite fugir do contexto. Procure valorizar o que o outro te fala.

6) Mendigar pelo outro

Assim como tentar impressionar a todo custo, colocar o outro no pedestal pode ser bastante danoso. Concordar com tudo, atender a pedidos abusivos, ligar muito, mandar muitas mensagens, procurar demais, demonstrar grande incômodo por se afastar ou aceitar atitudes desrespeitosas transparece submissão, e uma pessoa submissa, raramente é valorizada e respeitada pelo outro. Ao contrário, acaba dando espaço para que seja usada.

7) Não se cuidar 

O autocuidado, no sentido de cuidar da higiene pessoal;  vestir-se com roupas que combinam, limpas e bem passadas; usar bons perfumes; praticar exercícios físicos e atividades de lazer; alimentar-se adequadamente; saber o que está acontecendo no mundo e não se expor a situações de risco, como bebida ou uso de drogas, tem assumido uma importância até superior à beleza física na paquera. Quem não adota estes hábitos, no entanto, acaba sendo mal visto e tem suas chances bastante reduzidas. Poucas coisas causam impressão tão ruim como mau hálito ou cheiro de suor nas axilas, roupas sujas ou amassadas; perfumes ruins, ausência de lazer, comer inadequadamente; parecer alienado ou associado a práticas de risco.

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