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Dia Mundial de Combate a AIDS – Aumento do número de casos de AIDS entre os jovens brasileiros assusta o Ministério da Saúde e os Infectologistas.

Dra Karina Alvarenga Ribeiro
Endocrinologia e Metabologia
Especialização em Nutrologia
Em todo o mundo, até mesmo em regiões subdesenvolvidas como a África, os casos de infecção pelo HIV diminuíram de forma importante atingindo os 28% como média mundial e 33% no continente africano. Entretanto, no Brasil a realidade se faz diferente, houve um aumento de 11% entre 2005 e 2013.

Houve um aumento absurdo de mais de 50% de casos de AIDS em jovens de 15 a 24 anos nos 6 últimos anos.
O Brasil em 2013 concentra dois por cento dos casos de HIV do mundo e 47% das ocorrências na América Latina. Nosso país registrou aumento de 7% nos casos de morte relacionadas à AIDS entre 2005 a 2013 mesmo que 40% da população infectada tenha acesso aos medicamentos para controlar a doença.
Na população geral, uma a cada mil pessoas são portadoras do vírus HIV e esse número é maior entre jovens homossexuais, 100 para cada 1000 pessoas. Sendo que 150mil pessoas no Brasil não sabem ser portadoras do vírus e só procuram atendimento médico quando a AIDS já está instalada com outras doenças graves.
O principal motivo para isso acontecer é a diminuição do uso do preservativo. Ainda existe um preconceito voltado à proteção sexual e os argumentos que prevalecem são os de confiança no parceiro. É preciso que preservativo seja prova de amor e não de desconfiança, pois AIDS é uma doença grave e que não tem cura.
Sim, existem grupos de risco como aquelas pessoas que tem vários parceiros, os usuários de drogas e os homossexuais, como relata alguns estudos, mas o que preocupa não é o grupo de risco e sim o Comportamento de Risco.
O cidadão brasileiro se esqueceu de que a AIDS ainda está presente. Existe uma falsa ideia de que a doença está controlada ou mesmo extinta e isso não se faz verdade.
Assim, toda relação sexual necessita do uso do preservativo independente do tipo de relacionamento entre os casais. Casais héteros, homossexuais, amasiados, casados, esporádicos, religiosos, todos os relacionamentos necessitam priorizar o uso do preservativo.
Muitos casos de AIDS vêm de casais que tem relacionamento estável há anos, assim não há tipo de relacionamento seguro, mas comportamento seguro com uso de preservativo constante. Essa é a única forma de conter o vírus do HIV.
Os jovens brasileiros acreditam que se pegar o vírus da AIDS basta tomar um medicamento e tudo estará sob controle, mas a verdade não é bem essa.
Os medicamentos controlam sim a doença, mas não curam. E as complicações surgem ao longo dos anos. Outras doenças aparecem em decorrência do HIV. A qualidade de vida nunca mais será a mesma em uso dos medicamentos (para o resto da vida), pois claro que trazem efeitos colaterais e exigem do jovem um comportamento social muito rigoroso com abstinência total de álcool e tabaco. Com vida regrada, alimentação saudável e atividade física. Assim, o tratamento da doença não é tão simples como pensam.
A rede pública já disponibiliza um teste rápido para a população para detecção do vírus da AIDS. Normalmente não é necessário marcar hora e não demora. Em menos de 20 minutos é possível saber se o paciente é portador do vírus, mas, mais do que saber se tem a doença, o importante é assumir o comportamento de sempre ter um preservativo de fácil acesso.
Esquecer de usar a camisinha e ir em busca do diagnóstico não resolve o problema. Tudo começa com a prevenção, o uso do preservativo. Após contágio pode levar algumas semanas para que você tenha o vírus detectado no sangue, o que chamamos de janela imunológica.

Profilaxia Pós Exposição:

Se em algum momento houve deslize e o preservativo não foi usado, o paciente ainda tem a chance de procurar a rede pública para usar medicamentos que ajudam a prevenir a infecção pelo vírus.
Essa conduta não pode ser rotina, pois há limitações na eficácia desses medicamentos e há efeitos colaterais indesejados com o uso de tais drogas.
Essa é uma medida preventiva que deve ser tomada em até 72 horas após o contato sexual. Depois desse tempo não há mais o que fazer. Isso está disponível na rede pública e muitas pessoas não sabem.
A profilaxia é importante porque 1 único comprimido tomado uma vez ao dia previne em até 92% dos casos. Assim, jovens que tiverem relações sexuais desprotegidas devem procurar o sistema público de saúde imediatamente.
Tratamento:
Os medicamentos usados para o controle do vírus HIV fazem com que o vírus pare de se multiplicar, entre em estado de dormência, e controlam a doença diminuindo os casos de mortes.
O tratamento é realizado com muitos comprimidos que trazem vários efeitos colaterais como tontura, náuseas, mal estar, mas não usar todos os medicamentos de forma correta e no horário preciso torna a vida incompatível.
O abandono do tratamento por não suportar essa rotina pesada com vários comprimidos ao dia, coloca o paciente vulnerável a infecções oportunistas que causam lesões graves com sequelas eternas, quando não muito a morte.
Atualmente, em nosso país 33% dos homens jovens e 38% das mulheres dizem não usar preservativo.
Assim, é preciso que todos estejam alerta para o perigo de infecção pelo vírus do HIV. Educação é o melhor caminho.
A mensagem deve ser: o preservativo é prova de amor e deve ser usado sempre. E já existe uma profilaxia para casos de relações sexuais desprotegidas basta procurar a rede pública para se informar melhor.
Precisamos combater e controlar essa doença. Isso é cuidar e preservar a vida. 
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